"Quem disse que o amor é torácico? Ele tem que ser visceral, como o pâncreas. E não quero nenhum amor menos do que isso." (Angelo Augusto Paula do Nascimento)
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Para morrer de tanto amar
Às vezes, amor
Entardeço
E diariamente
Esqueço de viver
Para morrer de tanto amar
Tantas vezes é grande o desejo
Por vezes tão imenso quanto o mar
(Angelo Augusto Paula)
sábado, 2 de novembro de 2013
O claro e o escuro
Eu não estaria tão só
Se não fosse esse medo absurdo
Se o mundo tão tristonho
Não insistisse em ser tão soturno
Se todo despetalar
Não fosse me despedaçando
Se a dor não me dedilhasse
Avisando que está passando
Eu não seria tão só
Se você deixasse de ser sonho...
[Tudo tem o claro e o escuro
Seu corpo branco
E o profundo breu dos meus olhos]
Angelo Augusto Paula
sábado, 26 de outubro de 2013
Quase
Assim, meu bem
Tudo se foi
Os teus sorrisos
As manhãs
As tua fotos só para mim
Minha poesia sobre ti
A alegria dos instantes
As tua letras tão errantes
A ironia
As fantasias
E as promessas antes de dormir.
[E sempre fomos tão quase
Que quase fomos...]
Angelo Augusto Paula
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Pensando em você...
Eu ainda penso em você
Em noites como essa
Se já dorme ou sonha
Se carrega minha lembrança
Se me lê com a mesma brandura de outrora
Ainda confundo se é amor
O que agora vivo
Ou o que sigo sentindo
Nas madrugadas
Número sem fim
Eu ainda penso em você
E tento insistentemente
Descrever o meu delírio
Embora eu saiba
Que não cabe em versos
Todo esse descaminho...
Angelo Augusto Paula do Nascimento
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
domingo, 22 de setembro de 2013
Por que te amo
Amo de verdade
Num momento explícito
Amo porque te amo
Porque é impossível ser sem amar-te em demasia
Porque te olho dormindo
E o mundo torpe, em paz, faz silêncio.
[Meu amor está em casa]
Angelo Augusto Paula do Nascimento
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
quarta-feira, 19 de junho de 2013
O boêmio
Eu olhava as madrugadas
E havia as tuas luzes
Eras o incêndio dos corpos das prostitutas
Eras as brasas dos tantos cigarros
Que vagalumeavam sinistras
Eras lâmpadas de mercúrio
Estrelando o céu de meus subúrbios
Então, num desespero nada tímido
Tornei-me boêmio
Largado e bêbado
Febril de sentimentos
Para ter esse direito
De escrever sobre o nosso amor.
Angelo Augusto Paula do Nascimento
sexta-feira, 7 de junho de 2013
As doces ilusões da televisão
“Lembra,
que o primeiro toque deu choque.”
(Dinda)
A vida é cansativa: é com essa frase que termino minha
sexta-feira. Dias penosos de fim de semestre, tripla jornada para quem é
professor e ainda atua atendendo pacientes. Alguém diria que a hora de fazer
isso é agora, que estou jovem, construindo uma vida, e até concordo, mas hoje
me permito ser diferente, me dou a liberdade de me sentir de maneira pouco
usual. Não posso ser todo locomotiva, vida a frente, o tempo inteiro.
Hoje chego, tudo escuro, silêncio preenchendo os vazios por
toda casa, salvo a alegria de minhas cadelas que insistem em me denotar
importância. Frequentemente diria isso em poesia, mas hoje pouco cabe em
versos, me arriscando em distinta prosa, cuja inabilidade fica visível. Hoje
não adestro palavras, elas correm soltas pelos meus braços, minha cabeça,
atravessam o coração com uma urgente necessidade de me dizer. Chegam a formigar
no meu abdome, na minha língua, que se mostra inútil. Não há plateia, não há
para quem falar da aula boa ou estressada, das situações que trabalhar na saúde
me abatem. Hoje vejo-me inundado de tantas humanidades, que percebo-me frágil.
Silente,
olho os dedos
Soltos,
sem encontro
As
horas que comem meus encantos
A
tristeza dos argumentos incompreendidos
E as
doces ilusões da televisão.
[Acabo
voltando aos versos...]
Angelo
Augusto Paula do Nascimento
sábado, 1 de junho de 2013
Dois dedos de prosa sobre ser feliz ou ter razão
Há algum tempo, vem circulando nas
redes sociais a pergunta “você quer ser feliz ou ter razão?”. De tanto ler isso, fui procurar saber sua
origem, quem escreveu sete palavras que tocaram tantas pessoas, e acabei por
descobrir que trata-se de uma historieta contada por Ana Maria Braga, em seu
programa, que reza sobre uma esposa que cede à insistência errônea de seu
marido em percorrer um caminho, enquanto dirige. Entre a rua à esquerda, que
ela indica, ele insiste que é à direita. Mediante a aparente irritação do
marido, ela se cala, deixa ele escolher o caminho e, ao constatar seu erro, o
marido questiona a esposa sobre ela não ter insistido, já que a mesma estava
correta. Dizendo perceber a iminência de uma discussão e a possível perda da
noite, ela responde que prefere ser feliz a ter razão.
Há realmente uma fórmula para um relacionamento dar certo?
Por favor, se algum desavisado ler isso, gentileza postar a receita. Livre-se
da ideia egoísta de ganhar dinheiro com esse segredo e partilhe conosco.
Estamos desesperados por dias tranquilos junto à pessoa amada. A humanidade
clama por essa caridade!
Lance: uma galera adora uma leitura de autoajuda, estórias
que têm, por trás de suas linhas (bem por trás mesmo!), uma lição, uma
reflexão, um estalar que dispare a autoconsciência de um comportamento danoso.
Será que precisamos de histórias para nos enxergamos como protagonistas de
nossas próprias vidas? Essa é minha pergunta.
Olhar para si deveria ser rotina. Somos cheios de respostas
para os problemas alheios, somos os melhores técnicos de futebol para escalar a
seleção brasileira que perdeu o jogo; somos os novelistas do perfeito final das
tramas televisivas; somos o herói vencedor do Big Brother Brasil que
injustamente não foi escolhido para entrar na casa e que tem plenas as
qualidades comportamentais para lidar com todos e vencer o programa; somos o
amigo, que se fosse o namorado daquela menina, faríamos isso ou aquilo e não
deixaríamos ela sambar no nosso coração. Somos mesmo?
Há alguns anos, descobri que somente amor não é suficiente
para sustentar uma relação. Me desculpem os românticos (lá vêm as pedras!), mas
um relacionamento requer um conjunto de atitudes, incluindo o respeito e a
admiração, que são o lastro sobre qual se ergue o amor. “E quem ama não respeita?”
(Sabia que você ia perguntar isso!) Não necessariamente... Por vezes o amor é
imaturo, urgente, possessivo, inconsequente, incompreensivo nas limitações do
outro (reconheceu-se em algum deles?). Não há amor sem a aceitação do todo, das
partes boas e ruins do próximo. “E quem ama não aceita o outro como ele é?”
(sabia que você ia perguntar isso também!) Lembre-se que a gente sempre tem
aquele quê de insatisfação sobre o outro, que desaba cheio de “se”: se ele ou
ela fosse mais carinhoso ou carinhosa (daqui por diante, adapte os gêneros), se
ele fosse menos cachorro, se ele não bebesse tanto, se não desse tanto mole
geral, se fosse menos teimoso, se, se, se, se, se... (Se reconheceu
novamente?). O fato é que, se seu pai tivesse nascido mulher, você teria duas mães!
Mas voltando ao que me trouxe a esse post, confesso que a
primeira vez que me deparei com tal citação, até fiquei tocado, porém de tanto
lê-la (de maneira forçosa, por tanta gente postar), eu tenho uma interpretação
diferente. Você pode indagar se há outra, senão a moral de quanto desgaste que
existe em mostrar, esbravejar, defender a posição de detentor da razão, e eu
respondo que há, pelo menos, uma versão
menos fabulosa da situação e mais próxima da realidade, quiçá até mais
humorada, pois às vezes a gente tem que rir para não chorar. Acho que ela já
estava cansada de discutir com o marido cabeça-dura e deixou ele quebrar a
cara, para poder ser feliz: rindo da cara dele.
Bom humor à parte, fica a ponderação sobre essa passagem: ceder sempre também
não é uma boa estratégia. Declinar da razão de forma excessiva pode ser igualmente
danoso e trazer uma constante posição de passividade e submissão. Infelizmente,
na prática, os amores não são tão românticos e torna-se necessária uma
criticidade por sobre a temática. Eu mesmo conheço muitas pessoas que preferiram,
por muito tempo, serem felizes a terem razão e, pasmem, cansaram de ser felizes...
Como dizem nas redes sociais: #ficaadica.
Angelo Augusto Paula
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Se você quiser
Se você quiser
Eu volto devagar
Te espero pro jantar
Eu te escrevo sempre
Se você quiser
Se assim o for
Eu te peço, por favor
Deita aqui
Meu amor
Fala nada, agora não
Deixa esse momento ser
Uma oração.
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Pelas linhas da minha mão
Caminhavas em minha direção
Passo torto
Silente
Desgovernado
Pelas linhas da minha mão
Era o destino que nos cruzava
Eram seus pés que pisavam
O jardim de minhas afeições.
Angelo Augusto Paula do Nascimento
domingo, 12 de maio de 2013
O combustível do impossível
Marion C. Garrety, certa vez, disse que o amor de mãe é o combustível que capacita um ser humano comum a fazer o impossível. Penso não encontrar melhor definição para essa mulher que tem uma importância extrema na minha vida, a minha mãe, Luzia Suelly. Minhas razões, meus porquês, meus silêncios, minhas alegrias, minhas lutas, minhas vitórias... Tudo foi por ela e com ela. Hoje só quero reafirmar o que é cotidiano e constante: meu amor pela senhora. Mamãe, que Deus possa nos abençoar com muitos mais anos, sendo feliz com esse dia, que sua presença e tudo aquilo que a senhora representa para mim seja sempre a força que me capacita ao impossível.
Se Marion, estiver certa no seu raciocínio, pelo amor que temos, eu seria capaz de virar o universo de cabeça para baixo.
Muito obrigado por tudo. Eu tenho muito orgulho de ser seu filho.
Feliz dia das mães!
Eu te amo demais.
Angelo Augusto Paula do Nascimento
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