domingo, 4 de março de 2012

O poema fiado no dorso


Repaginei toda e qualquer folha escrita
Por onde seus dedos passaram
Tontos de prosa
Atordoados de melodias

Redefini suas formas e rimas
Como se fosse possível
Ferir sua métrica
E o cavalgar
De suas sílabas poéticas

Então recitei-te
Como criança apaixonada
Cujo bilhete escondido
Foi entregue e arrependido

E continuei ali fitando
Com a perplexidade do primeiro amor
A mudança do seu corpo em letras
Que desfilaram por minhas linhas
Fiando poemas em meu dorso cansado

Angelo Augusto Paula do Nascimento
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