Escrevo canções
Recados e poemas
Escrevo versos sem sentido
Num alinhavado de desencanto e amor
Escrevo, escrevo, escrevo
Para você, apenas.
Angelo A. P. Nascimento
"Quem disse que o amor é torácico? Ele tem que ser visceral, como o pâncreas. E não quero nenhum amor menos do que isso." (Angelo Augusto Paula do Nascimento)
Escrevo canções
Recados e poemas
Escrevo versos sem sentido
Num alinhavado de desencanto e amor
Escrevo, escrevo, escrevo
Para você, apenas.
Angelo A. P. Nascimento
Sempre vê-se lá fora
Seu nome
Em pedaços e sílabas
No meio de outras palavras lidas
Sempre toca
A música que já foi nossa
Ou aquela que se tornou sua
Antes mesmo que você soubesse
Que alguém te amava sem poréns
Sempre não se entende
O porquê do que não se fala
E a mesma mágoa
Do que se falou
E não se esperava
Sempre se sabe
Que lá fora é bem mais selvagem
Que dentro de casa
Coleciona-se seguranças impagáveis
Mas que o colorido da tarde
Acaba-se substituído
Pela televisão
E pelos corantes
Do que se come
Comprado feito
Em qualquer mercado de bairro.
Sempre essa estanque
E suburbana emoção
Que tem medo de relâmpago
De ficar sozinho
E de ladrão
Que tem medo de amar
E acordar
Sem peito
Sem corpo
E morrendo de vontade
De gargalhar
Sempre me assombras lá fora
Logo a mim
Que mal sei rezar
E eu peço
E rogo
Em ladainha bem curta
Para o santo não entediar
Que me tire sempre
Toda a dor
Que viver possa causar
E que tudo aquilo que já doeu
Um destino possa dar
Por que eu tenho medo de chuva
De escuro
E cansei de tudo que não sei
E do que fui forçado a adivinhar...
Angelo A. P. Nascimento