Maré alta
Bate a sua falta
A lua carrega sua luz estampada
E o que as estrelas sorriem não é para mim
Você não me diz nada
Quem eloquentemente se desvela é a sua falta.
Maré alta,
A onda avança sobre seu reflexo
E de repente sou eu quem quebra
Nas suas ausências: as pedras.
Daqui, da janela,
Percebo a areia,
Seus beijos,
Seu cheiro,
Meu coração que mareia
Abro os braços,
O horizonte some,
O oceano me toma como parte
E então você cabe
Em um só embaraço.
Laço nada desfeito,
Apenas intervalos,
É dia,
É noite,
Qualquer, de tempo, espaço.
Maré alta:
É isso que você me causa.
Angelo A. P. Nascimento
12 de abril de 2000
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