Outro dia li, no blog de um amigo, um texto sobre o cultivo da solidão. Falava algo sobre auto-preservação, sobre racionalidade e inteligência, sobre o criticismo e acima de tudo, não correr o risco de parecer “papo de solteirão convicto”.
"Quem disse que o amor é torácico? Ele tem que ser visceral, como o pâncreas. E não quero nenhum amor menos do que isso." (Angelo Augusto Paula do Nascimento)
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Dois dedos de prosa sobre solidão
Outro dia li, no blog de um amigo, um texto sobre o cultivo da solidão. Falava algo sobre auto-preservação, sobre racionalidade e inteligência, sobre o criticismo e acima de tudo, não correr o risco de parecer “papo de solteirão convicto”.
sábado, 23 de janeiro de 2010
Taquicardia
Olho tudo em volta
A aridez do dia
O calor frenético dos passos
Os pombos que arrulham por lá
Aqui
Meu coração segue quebrado
Como se as rotações fossem brutas
Na translação do nosso amor taquicárdico
Sentado
Observo aquilo que passa transeunte
As estrelas que aparecem em alguma hora
No fim de tarde
Na noite que se demora
Pirilampos
Cheiro de chuva que abafa
Um espaço aqui ao lado
As cores que se misturam em você
Apenas
Forçosamente mantenho os olhos fechados
Escuto as músicas que se aventuram rotas
Pela escadaria de minhas ouças
Faço
Uma prece pedindo por paz nas tragédias
Que tudo não se perca pelas sensações insensatas
Que a vida desacelere para todos e clame calma
Sozinho
Busco entender um pouco de tudo
Solucionar certos litígios do mundo
E manter o coração sob controle
(Até hoje você o mantém aos pulos)
Angelo A. P. Nascimento
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Mormaço de beijo branco
Essa morbidez fluida
Teu olhar laranja das coisas
Que emociona e transfigura a criação complexa
Será sempre
Um misto de constâncias e surpresas
A forma que chega e te deitas
Na cotidiana hora de dormir
Quiçá
Sempre
Sempre
Esse mormaço de beijo branco
Em meu corpo castanho.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Eu não entendo
Não entendo bem
Como pode haver amor perfeito
Dentro das imperfeitas coisas que você tem
Eu não compreendo a despretensão do tempo
O laço do hábito
E a amarra do cheiro de seus cabelos
Eu não percebo
Apenas me vejo
Agarrado a tudo que você faz
Como se eu lesse os seus olhos
Sem ter aprendido em canto algum
Esse alfabeto íntimo
Eu não creio como você me fala tanto
Com seus irritantes erros humanos
Apenas se movendo
Com seu jeito divino de sono
Carregando um ar de criança
Que me desarma
E retira essa necessidade de saber os porquês do resto do mundo
Mas se não entendo
Não tem problema
Você está aqui.