segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Voar

(Chapadão de Pipa, Praia do Amor - RN - 22 de novembro de 2009)

"Você pode até me empurrar para o precipício, não me importo.
Adoro voar!"
(Roberto Julião)
Do alto de tudo, percebo o mundo, e nada me apavora.
Angelo A. P. Nascimento

sábado, 21 de novembro de 2009

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Depois disso

Depois disso, não sei em que acredito
Depois disso, cadê as estrelas?
Tudo tão fugidio, depois disso
Depois disso, olhos, cabeça, corações perdidos
Depois disso, tudo e nada ficaram parecidos
Desvanecer pareceu conciso, depois disso
Depois disso, as paredes choraram abafando o nada dito
Depois disso, tristeza e carne se fundiram
Seria boa opção hospício, depois disso
Depois disso, chuva, janela, gemidos
Depois disso, insônia, incompreensão, revolta
Recordações quintal afora, depois disso
Depois disso, lágrimas na comida
Depois disso, mesa para um
Lembranças de agulha, depois disso
Depois disso, silêncio profundo
Depois disso, trinquei os dentes
Sangrei a língua, depois disso
Depois disso, morto o sonho
Depois disso, anti-depressivos
Pesadelos, depois disso
Depois disso, isso
Depois disso, entendi a dor do vício
Portas e pernas, depois disso
Depois disso, olhei para a frente, ainda paralítico
Depois disso, um passo adiante
Um homem mais forte depois de tudo isso.

Angelo A. P. Nascimento
(04 de junho de 2001)

Sociedade

Como eu sempre digo:

A
sociedade
não
é
fisiológica.
(Angelo A. P. Nascimento)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Menino

Parece perdido o menino
Com um sonho na mão direita e duas pedras na outra mão que pesa
Anda solto
E complicado.

Parece revoltado o menino
Pois não corre atrás da bola
Pisa na grama e amassa os canteiros
Que outrora foram aguados.

É o menino que vira a noite
Que pensa e desaba nos braços estranhos
Que vira e desliga a mente
E se agita acidamente frente à vida.

Senta aqui, menino,
Deixa eu te mostrar o que você precisa acertar sentir
Respira calmo
Não se debata
A vida gira e revira
Por dentro e por fora
Por isso esse enjôo chato.

Vê aquela luz lá na frente?
Ela pede que você fale
Das dores que maltratam o seu peito estafado
Não destrua nada
Fique silente
Respeite as encruzilhadas
Toda noite acaba por amanhecer.

[Veja a paz e me diga que cor ela tem]
Angelo A. P. Nascimento
Related Posts with Thumbnails